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A QUEDA (ou não) DAS LETRAS


Vivemos um mundo em transformação veloz. Hoje, pouco escrevemos, pouco lemos com compreensão. Temos acesso a milhões de informações ao mesmo tempo, mas não focamos nossa atenção, não absorvemos conhecimento; somos por vezes, inundados.


Quem nunca se pegou em uma conversa presencial, pegando o celular na mão, por pura mania, para checar se chegou alguma mensagem. Quando foi que o virtual passou a sincronizar mais fortemente que o presencial?


Paulo Freire ao nos trazer “a leitura de mundo”, queria que experimentássemos o mundo, e dele pudéssemos extrair as palavras e as construções de nossa escrita. Ainda hoje, este conceito é muito válido. Mas como encarar as leituras do mundo e os processos de construção textual na atualidade?


Não estamos aqui propondo uma generalização, e sim, refletindo acerca do papel das tecnologias no ler e no escrever. Claro que devemos considerar que a escrita é flexível e que a língua passa por mudanças temporais. Essas mudanças são benéficas, do ponto em que modernizam a escrita e o falar, mostrando por meio dos anos que a evolução ocorreu. Claro, ninguém gostaria de escrever ainda por meio de desenhos, como os homens das cavernas, ter mais opções é um ponto positivo.


Por outro lado, o ponto negativo é o uso que fazemos da tecnologia que deturpam o escrever, espremendo palavras, importando gírias e fazendo reduções que afetam a compreensão.


Abaixo, separamos alguns erros comuns visto nas redes sociais.







Podíamos traçar várias conclusões acerca dos erros acima, formular teorias e refutar a escrita, colocando a culpa no sistema de educação ou nos educandos. Mas aqui, queremos apenas a reflexão acerca do letramento informacional sob a perspectiva social, conforme levantado por Street (1984), Soares (2009) e Barton (1994), temos respectivamente o “letramento como caráter ideológico”; “letramento como prática social pura” e “Letramento com base nas áreas social, psicológica e histórica”.


O que isso quer nos dizer? Que, em alguns erros, como os cometidos acima, estamos apenas desempenhando um papel social, de integração aos diversos grupos que nasceram com a modernidade. Não queremos de forma nenhuma enaltecer a escrita errônea ou minimizar problemas existentes com o aprendizado de português. Mas criar a possibilidade de pensar que aquilo que escrevemos pode estar intimamente ligado à nossa aceitação grupal.


Os grupos podem conduzir a escrita para um padrão de aceitação ou refutação entre os pares. Transgressores da língua podem ser aceitos entre outros transgressores. Mas o que devemos nos perguntar é: o quanto escrevemos de nós que realmente pode impactar no outro? A tecnologia é uma das ferramentas que podem ajudar a nossa mensagem a ser transmitida mais longe e de maneira mais veloz.

Referências



Texto por Michelle Soares

Revisado por Pâmela Mezzomo



BARTON, D. Literacy: an introduction to the ecology of written language. Oxford, U.K. and Cambridge, U.S.A.: Blackwell, 1994.


FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 49ª edição. São Paulo: Cortez editora, 2008.


SOARES, M. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2008.


STREET, B. Literacy in theory and practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1984


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