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Nada é em vão!



Poucos sabem a minha trajetória e tudo que fiz para chegar até aqui. Nos meus poucos anos de idade e ainda com a carreira em fase inicial, trago comigo experiências que julgo ser de persistência e um pingo de teimosia.


Em busca de uma independência financeira, fui atrás de um emprego logo cedo. Fiz provas, fui em agências de estágio, enviei títulos dos pequenos cursos que eu já havia feito, enfim, foquei toda minha energia nisso e, quase no começo do meu último ano do colégio, consegui! Meu primeiro estágio, aos 16 anos, na ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), onde pude começar a enxergar o mundo adulto. Lá fiquei por volta de 2 meses, quando recebi a notícia de que havia passado no concurso do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios). Aos prantos, por não saber o que fazer e por serem grandes oportunidades que enriqueceriam o meu currículo, decidi escolher a opção mais viável em relação ao trajeto de volta à minha casa, o TJ.


Fiquei nesse estágio até o final do meu contrato, quando o Ensino Médio acabou. Fiz amigos, os quais considero até hoje, embora a distância; absorvi muita informação que usaria mais à frente e consegui juntar um dinheiro, para me manter um tempo após o estágio.


Achava que a vida depois de ter passado por esse estágio seria de flores, afinal eu tinha uma experiência dentro de um tribunal. Me enganei. Tive que ressignificar os meus planos.


Em uma viagem que fiz à Fortaleza com os meus pais, pensando no que seria do meu futuro, decidi ser Comissário de Voo. Fiz o curso, passei na prova da ANAC e lá fui eu me tornar um “problema social” de novo. Desempregado muito novo e sem muito perfil físico para tal, mas esperançoso.


Entrei de cara em uma empresa de catering, que produzia as comidas dos aviões. Trabalho árduo, com remuneração mais baixa do que a do meu estágio no TJ. Segui em frente. Lá, aprendi a degustar os mais diversos tipos de queijos, alguns que eu jamais poderia imaginar. Agucei meu olfato e enobreci meu paladar. Aprendi também a trabalhar sobre pressão, sem que isso me fizesse perder os cabelos, embora algumas vezes o estresse chegava no topo.


Vivi. Fiz algumas entrevistas para entrar em alguma companhia aérea, até mesmo como Comissário, mas não passei. Desisti. Ressignifiquei mais uma vez.


Vi que precisava de algo que me trouxesse um pouco mais de paz, mas, aos 19 anos, sem conhecer ninguém que pudesse de fato me ajudar, o máximo que consegui foi trabalhar em uma empresa de telemarketing, onde pude aprender e colocar em prática a qualidade no atendimento. Lá aprendi a ouvir.


Ainda com esperança de aumentar a possibilidade de entrar para a Aviação Civil, comecei a faculdade para me tornar um piloto de avião. Falhei, ou não, porque pude ver que aquele mundo não era para mim e só que seria se eu tirasse ele da minha escala de prioridades e o tornasse um plano “B”.


Mais uma vez aos prantos, sem saber qual direcionamento tomar, fui ter uma conversa com a minha melhor amiga, minha mãe. Disse que eu precisava de um direcionamento na minha vida. Ela parecia desapontada por eu ter tanto para viver, mas não ter conseguido direcionar as minhas habilidades até ali adquiridas.


No ano de todas essas confusões sobre a minha cabeça, eu me formei em inglês, curso esse que já durava um bom tempo. Então pensei: “Serei Secretário Executivo Bilíngue, já falo inglês mesmo, tenho um diferencial! ”. Segui, passei mais uma vez por estágios que me acrescentaram, por uma embaixada e para minha grande experiência, a hotelaria.


Sem tirar o mérito de tudo que vivi, a hotelaria me trouxe um equilíbrio emocional maior do que eu imaginaria ter na vida. Foi um período onde pude ver o que é trabalho, o que é administração de tempo, conflitos, suprimentos, uma imersão ao trabalho em equipe. Tive contato com diversas culturas. Falei inglês, espanhol, mímica, e tudo que vocês pensarem para trazer conforto àqueles que eu atendi. Aprendi a minha hora de tudo, inclusive a me anular em meio a necessidade dos meus colegas do hotel e da demanda em si. Vivi. Venci. Me encontrei! Entrei ainda menino no hotel, mas saí um homem!


Ressignifiquei!


Não, não pense que estou desencontrado, ou que pulei de galho em galho. O intuito desse texto é que você pode sim buscar a sua felicidade no seu profissional. Hoje todas essas experiências me trouxeram ao Senado Federal, onde ainda não exerço o cargo de Secretário, mas trabalho com atividades que estão intrinsicamente relacionadas à área.


Não pense que tudo está perdido! O catering foi importante para o meu crescimento, como todas as outras atividades que me inseri, porque as vezes me recorro a elas para passar por situações da minha vida dentro do Secretariado.


Agora no final, digo a vocês que tudo isso foi teimosia. Fui teimoso porque meu pai não queria que eu trabalhasse naquele momento e sim vivesse para os estudos, porque alguns tios não acreditavam no meu potencial e porque eu olhava além de todas as situações já passadas. Eu jamais pensei que poderia chegar tão longe para sim conseguir ver o horizonte que vejo hoje. Então...


...seja teimoso! Persista! Nada é em vão!


Por Ricardo Perju

Revisado por Pâmela Mezzomo

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