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SECRETARIADO NA BÍBLIA


No segundo domingo de dezembro nações celebram o Dia da Bíblia, um livro atemporal, bestseller em todos os séculos desde o seu “lançamento”, o livro (ou parte dele) é base de diversas religiões cristãs ou não. Além do valor espiritual, tem dimensões históricas inigualáveis, como por exemplo: seu papel no desenvolvimento da imprensa, na transformação da educação e nas constituições sociais (GIRALDI, 2008). Pessoas se debruçam em suas páginas em busca de palavras de conforto e orientação, outros se irritam com suas determinações, estudiosos se deleitam em suas peculiaridades, contextos e aplicações ao presente século. Faço parte de todos os grupos. Em um momento de devocional, não no momento de estudo como esperado, me chamou atenção o forte papel da assessoria nos diversos relatos históricos, me cativou a seguir para estudos do quão valiosos foram os assessores, em especial, da igreja primitiva. Seria impossível relatar nesse texto todos os pontos, de gêneses a apocalipse, que remetem a assessoria, mas vejamos alguns relatos do antigo e novo testamento; também, nos textos bíblicos não constam a palavra assessoria ou secretariado, mas normalmente remete às atividades de assessoria (JOSEFO, 1997). Os que creem na Bíblia e na onipotência de Deus, sabem que Ele tem poder para fazer tudo o que deseja sem o apoio humano, contudo desde a criação ele deu ao homem (no sentido genérico) a oportunidade de fazer parte da sua obra, uma assessoria desde a administrar a gerar vidas. Moisés, logo após a saída do Egito, teve que iniciar a organização daquele povo recém liberto e sem muitos planos iniciais. Seu sogro logo detectou que ele teria sérios problemas se não formasse uma equipe de assessores, Moisés o fez (LUCAS 18:13-25). Já ouviu falar em Levitas? Enganosamente e recentemente são assimilados aos cantores, mas biblicamente e com bases históricas a sua função era: Assessor de Sacerdote. Sua função determinada era de apoio a ordem dos cultos, parte deles eram destinadas as funções que hoje seriam equiparadas às de cerimonial, uns em atividades operacionais e outros em atividades estratégicas (NÚMEROS 8). Transpondo muitos outros exemplos, vamos para os relatos da igreja primitiva, que ainda sim, aqui não poderão ser todos relatados. Jesus, na iniciação de seu ministério aos 33 anos, uma de suas grandes ações foi constituir homens para assessoria do trabalho que havia de ser feito, 12 homens foram selecionados e incontáveis mulheres se fizeram voluntárias. Sem esse acontecimento a história do evangelho não seria a mesma. Essas pessoas atuantes na assessoria do ministério de Jesus foram oportunizadas ao aprendizado e, posteriormente, assumindo liderança e ensinando a outros (LUCAS 8:1-3). O Apóstolo Paulo, homem culto, letrado e eloquente, teve necessidade de assessores em diversos relatos. Na grande maioria das vezes ele realizou grandes mudanças em cidades por meio de assessores. Historicamente é sabido que em suas cartas ele apenas assinava, havia jovens que o ajudavam e mulheres que foram fundamentais para o seu trabalho (FILIPENSES 4:3). Prosseguindo para o fim, excluindo outros tantos exemplos, olhando para a história da igreja, principalmente cristã, até aos relatos pós-modernos e chegando aos contemporâneos, percebe-se que a assessoria eclesiástica, ou seja, assessoria à igreja ou assessoria aos “chamados para fora”, ainda é marcante e necessária (BOYER, 2016). Diversos profissionais da área secretarial, ao estudar sobre as bases históricas de sua profissão, não percebem o quanto dela também se encontra na assessoria eclesiástica. Como atuante no secretariado dentro de uma instituição religiosa há 20 anos e como pesquisadora na área secretarial, tenho estudado sobre o assunto e me maravilhado com a grandeza desse conteúdo. Atuar no terceiro setor ainda é inimaginável para muitos profissionais, porém é válido um olhar mais receptivo para essa área de atuação do secretariado. Jackeline Monteiro Sousa Referências: BÍBLIA SAGRADA. Nova Versão Internacional: Português-Inglês. Tradução: José Simão. São Paulo: Editora Vida, 2008. BOYER, Orlando. Heróis da Fé. 2. ed. rev. São Paulo: CPAD, 2016. 246 p. ISBN 78-8526312784. GIRALDI, Luiz Antonio. História da Bíblia no Brasil. 2. ed. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2014. 411 p. v. 1. ISBN 978-85-311-1341-3. JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Tradução: Vicente Pedroso. 5. ed. São Paulo: CPAD, 1997. 1568 p. v. Obra Completa. ISBN 85-263-0641-13.



Texto: Jackeline Monteiro

Revisado: Pâmela Mezzomo

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